Resenha: O Céu Está em Todo Lugar

"Este é um livro de estreia vibrante, profundamente romântico e imperdível. Lennie Walker, de dezessete anos de idade, gasta seu tempo de forma segura e feliz às sombras de sua irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre abruptamente, Lennie é catapultada para o centro do palco de sua própria vida - e, apesar de sua inexistente história com os meninos, inesperadamente se encontra lutando para equilibrar dois. Toby era o namorado de Bailey, cujos sentimentos de tristeza Lennie também sente. Joe é o garoto novo da cidade, com um sorriso quase mágico. Um garoto a tira da tristeza, o outro se consola com ela. Mas os dois não podem colidir sem que o mundo de Lennie exploda..." Autora: Jandy Nelson | ISBN-13: 9788563219374 | Ano: 2011 / Páginas: 424 | Idioma: português | Editora: Novo Conceito | Encontre AQUI

Li anteriormente outro livro da Jandy Nelson, o livro "Eu te Darei o Sol", e conforme resenhado aqui, vocês viram o quanto amei a narrativa da autora, e em um pequeno intervalo, decidi ler seu primeiro livro lançado no Brasil, O Céu Está em Todo Lugar, e consegui perceber um pouco mais, o quão profundo seus livros podem nos tocar. 

Neste livro, conheci a Lennie, que após a perda da sua irmã mais velha, Bailey, se fechou no quarto, sozinha, junto aos pertences da irmã, e usava suas roupas, como forma dela estar sempre presente. Por conta da falta que ela sentia da irmã, e seu cunhado  Toby também, eles acabaram não resistindo a proximidade e ficaram, e após esta "traição", mesmo sentindo-se culpada, eles acabavam não resistindo quando estavam sozinhos, como ela mesma dizia, os dois corações, tentavam reavivar o coração da irmã. E, no meio de toda esta história, ela conhece Joe, que assim como ela, é músico, e além de tudo, consegue lhe arrancar a tristeza.

Uma coisa muito interessante, e que nos conta um pouco mais de quem é a Lennie, são os poemas que ela espalha por todos os lugares em que passa. Como o livro é em primeira pessoa, ela narra, e nos transmite os sentimentos dela. Porém, os versos, são um pouco mais do eu oculto dela, o eu oculto que todos nós temos. Mesmo afastando a amiga, a avó, e tio, percebi que ainda assim ela queria eles do lado, mesmo que não falasse, e não fizesse mais as coisas que costumavam fazer.

Outro ponto interessante, é que a vó pintou um quadro incompleto da mãe das duas, e prometeu as netas, que a mãe voltaria, e só quando ela retornasse, terminaria de pintar, e é por conta deste quadro, e da garantia que a mãe delas retornaria, que elas acreditam muito no espírito livre, e inventam estórias da mãe aventureira. Por acaso, Lennie descobre que sua irmã, um pouco antes da morte súbita, estava procurando a mãe, através da internet, e ela tenta descobrir o motivo desta busca repentina, e confesso que assim que descobri o motivo, fiquei profundamente emocionada.

Voltando aos dois rapazes da estória, sempre que a gente lê um livro em que dois rapazes beijam a mesma garota, a gente sabe que em algum momento, um descobrirá o outro, e quando isso aconteceu, eu fiquei profundamente irritada, mesmo sabendo que a colisão iria ocorrer, até porque tem na sinopse. Mas não queria que aquilo acontecesse de jeito nenhum. Porém, tudo isto foi fundamental para o enredo, e para Lennie, ou simplesmente "Jhon Lennon", retornasse a sua vida, e seguisse. Ela precisava continuar a viver, voltar a fazer as coisas que gostava, e lutar pelo seu futuro.

Então, em mais uma leitura, me encanto por esta autora, e apesar de ter gostado muito mais de "Eu te Darei o Sol", também gostei muito deste, e poder perceber um crescimento de uma jovem marcada pela perda, e mesmo que em alguns motivos ela tenha se mostrado egoísta, a dor tem disto, a dor é egoísta, e até você perceber que existem pessoas que sofrem tanto, ou mais que você, muitas águas já rolaram. Senti falta de algo no final do livro, uma realização pessoal da Lennie, porém, isto não afetou esta narrativa excelente.