Resenha: Sejamos Todos Feministas - Chimamanda Ngozi Adichie

 

"O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo."A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente."Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são anti-africanas, que odeiam homens e maquiagem começou a se intitular uma feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens.Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé." Autora: Chimamanda Ngozi Adichie | ISBN-13: 9788543801728 | Ano: 2014 / Páginas: 46 | Idioma: português | Editora: Companhia das Letras | Encontre AQUI

  Nunca tinha lido um livro feminista na minha vida, e que bom que comecei! E melhor ainda ter começado com este! Já li alguns livros, que mostravam como eram tratadas as mulheres no Oriente, e me choquei muito, e fiquei muito triste, em saber que ainda há as que são tratadas desta forma, e pior, não sabemos quando isto acabará. Chimamanda, comenta em poucas páginas, o que é a única coisa que tenho para reclamar, que o livro é curto demais, como é ser uma mulher nigeriana, nos tempos de hoje, e como é lutar para mudar este cenário.

Em Flawless, clipe da Beyoncé, já tinha visto partes deste discurso, e por vezes, pensei em lê-lo, mas sempre me esqueci, porém, a Companhia das Letras, trouxe este discurso impresso, coisa que facilitou muito a minha vida, e a minha cabeça desmemoriada. Muitas das coisas que li ali, eram coisas que já pensava, e que alertava muitas pessoas a respeito.

Eu sou mãe de um menino, e no caso de mães com filhos homens e mulheres, é notório a diferenciação da criação entre eles, toda mãe, quer que a sua filha estude, tenha uma boa carreira e não dependa de ninguém. Em contrapartida, elas criam seus filhos totalmente dependentes dela, lavam suas roupas, passam, fazem comida, e em caso que eu conheço de perto, coloca no prato, e o suco no copo. O que quero dizer com isso é, o machismo é transmitido de geração em geração, com coisas simples, que passam despercebidas. Criamos nossas filhas para serem independentes, mas damos aos filhos, a dependência sem fim, de uma mulher para fazer suas coisas. Mesmo que uma mulher não dependa financeiramente, ou emocionalmente de um homem, porque sua mãe a criou para ser assim, a mesma, acaba casando com um homem que, não sabe varrer uma casa, ou lavar banheiro, porque cresceu sem precisar fazer nada disso.

Fico triste, ao saber que em outros países, a situação é ainda mais complicada do que no Brasil. A mulher não tem voz, e não tem vez. Ainda hoje, alguns intitulam as feministas como mulheres infelizes, indesejadas, que odeiam homens, e não tem vaidade. Mas não é bem isso, a feminista não é assim, eu não sou assim. Sou feliz, realizada, super vaidosa, amo os homens, meu filho é um, inclusive, me depilo, e faço tudo o que se intitulam, coisas de mulher. Porém, estas situações, são coisas que acontecem com pessoas extremistas e "fanáticas",  podemos ver extremismos em muitas áreas, em muitos ambientes e em muitos aspectos. E isso não é FEMINISMO.

Eu espero, de coração, educar o meu filho, para ser um homem dependente, que cumpra seu papel no lar, seja ele solteiro comigo, ou casado. Porque se ele suja, ele tem que limpar, e se ele come, tem que lavar, e assim por diante. Não é ajuda, é obrigação. Espero conseguir ajudar a fazer um país e um mundo diferente, e que meu filho, seja um dos responsáveis por isso. Deixarei aqui, o vídeo onde os trechos do discurso aparecem (Beyoncé - ***Flawless ft. Chimamanda Ngozi Adichie) e o discurso que originou este livro (We should all be feminists | Chimamanda Ngozi Adichie | TEDxEuston), caso desejem assisti-los.