"Entre duelos de espada e bailes de máscaras no suntuoso palácio de Versalhes e os gritos rebeldes e novos ideais de Paris, Guilhermina D'anjour irá moldar sua juventude como comandante da guarda real, uma herança de família que a tornará uma contradição entre as mulheres da corte a que deveria pertencer. O povo se arma, e, entre os preparativos da revolução, ela se descobre mais longe da monarquia do que pensava. Acende, nos soldados da guarda, a chama dos ideais inspirados em Rousseau e desafia o governo, mas, além das lutas que trava com seu florete, terá que lutar com seu coração, que também foi incendiado por um amor que deve confundir seus sentimentos e desafiar seu comando tão firme. Entre um governo irresponsável e um povo saturado, entre Versalhes e Paris, entre os sonhos e a realidade, a ordem e a revolução, Guilhermina sempre esteve entre dois mundos." Autora: Mariana Pacheco | ISBN-13: 9788542807905 | Ano: 2016 / Páginas: 416 | Idioma: português | Editora: Talentos Da Literatura Brasileira | Encontre AQUI
RESENHA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO COISAS DE MENINAS, PARA VER O POST ORIGINAL CLIQUE AQUI
Este é o primeiro livro de época nacional que leio. Estava muito acostumada a ler as autoras internacionais e finalmente tive a oportunidade de ler algo de uma prata da casa. Mesmo sendo escrito por uma autora do Brasil, a história se passa em outro país, com uma protagonista metade francesa e a outra metade austríaca.
A história é narrada entre os anos de 1763 e 1823, e podemos acompanhar toda a evolução da personagem Guilhermina Shufmann D’anjour, ou simplesmente Mirna, desde o seu nascimento. É até complicado falar de uma obra que você curtiu tanto, já que tudo o que você falar não vai fazer jus ao livro. Desde a sua infância, percebi o quanto ela era uma protagonista de temperamento forte e uma mocinha completamente decidida. O processo de crescimento dela de criança a jovem crescida não foi de fato detalhado, provavelmente porque o foco seria outro, e acabaria ficando muito estendido. Logo quando ela cresce e precisa ser apresentada a sociedade eu consegui enxergar que seria uma leitura sem igual.
Logo no começo da narrativa, ela mostra que não é uma mocinha de frescuras. Mesmo de vestido ela monta a cavalo sem utilizar a sela especial para damas, e foi a partir dali que eu tive certeza que ela me conquistaria. Mirna era completamente protegida pela família, que tinham consciência do problema de saúde herdado da sua mãe e claro, como seu pai deixou de utilizar o título da nobreza, temiam pelo seu futuro. Sua mãe, apesar de estar muito adoentada, sempre a enchia de mimos. E o pai, muito embora quisesse conservá-la numa redoma de vidro, a ensinou muitas coisas, em especial a usar um florete.
Obviamente que este é um dos principais instrumentos utilizados por ela para o bom andamento desta história. Depois de ter visto várias mocinhas de época fortes, determinadas e que sabem o que quer, eu vi de verdade o que é determinação. A Mirna, graças as habilidades aprendidas e ao forte desejo de fazer a diferença, torna-se um soldado, luta e se rebela durante a Revolução Francesa. Honestamente, ainda não tinha visto mocinha tão verdadeiramente forte e após isso com certeza os meus conceitos de "a frente da época" mudaram. Os passos que ela vai dando durante esta luta é muito admirável.
A narrativa mescla acontecimentos reais, fatos que aconteceram durante a Revolução e que facilita bastante o entendimento da história. O engraçado nisso tudo é que mesmo sendo atualmente uma leitora assídua de romances de época, não sou muito fã de história e as notinhas neste livro me agradaram bastante. Consegui compreender muita coisa, que inclusive não lembrava ou não fiz questão de lembrar da época na escola. As interações com personagens tão conhecidos por nós, Napoleão, Maria Antonieta, Rousseau, dentre outros, foi muito bem encaixadas e desenvolvidas. Há um narrador observador que somente no final o seu papel é revelado.
Foi uma grata surpresa ler este livro, não esperava encontrar tantos pontos positivos que com certeza levarei para a vida inteira. Que a Mirna me inspire para fazer a diferença e que ela possa inspirar a todos os leitores desta obra. É muito bom perceber o quanto os autores nacionais estão sendo valorizados e estão cada vez mais presentes no cenário literário atual. A Mariana conseguiu unir a história por trás da revolução, as atitudes heroicas da personagem e, claro, o romance que é um dos pontos mais agradáveis da narrativa. A forma como ele acontece e cresce é muito bem elaborado. O Richard é um amor, e o romance entre eles não é o foco principal da trama, acontece naturalmente, aos poucos e amadurece junto com os dois. O final me deixou um pouco abalada, mas não foi um abalo negativo, só fiquei triste mesmo.
Enfim, A Rosa e o Florete me deixou com uma sensação maravilhosa e não há motivo algum para não recomendá-lo a vocês. Com toda a certeza que há em meu coração eu recomendo: LEIAM ESTE LIVRO!
0 comentários:
Postar um comentário