"Melissa é uma garota linda, rica e mimada, que sempre consegue o que quer e tem todos na palma da mão. Ela acredita que a carreira de bailarina é a única coisa que realmente importa, porém suas certezas são abaladas quando faz uma aposta com um garoto misterioso, que parece ter como objetivo virar sua vida de cabeça para baixo. De repente, Melissa se vê dividida entre dois caminhos: realizar seu maior sonho, pelo qual batalhou a vida inteira, ou viver um grande amor. Mas, não importa aonde ela vá, todas as direções apontam para o garoto do cachecol vermelho... Com esta história intensa e apaixonante, Ana Beatriz Brandão vai emocionar e surpreender o leitor, provando que é uma jovem autora que tem muito a dizer." Autora: Ana Beatriz Brandão | ISBN-13: 9788576865353 | Ano: 2016 / Páginas: 294 | Idioma: português | Editora: Verus | Encontre AQUI
A primeira coisa que me interessou neste livro foi saber a idade da autora. Soube em uma entrevista que aos 14 anos ela já tinha escrito 13 livros, e aos 15 já tinha publicado dois. Hoje, quase aos 18 anos está indo para o segundo livro na Verus, e este é o primeiro. O Garoto do Cachecol Vermelho me irritou e me despedaçou ao mesmo tempo, e vou contar o motivo.
Melissa é linda, rica, bailarina e extremamente mimada, mas é extremamente MESMO! Por causa da ausência, sua mãe lhe deu e dá tudo que ela quer, mas o principal ela não fazia pela filha. Por conta disso ela se tornou esta garota, com atitudes arrogantes e preconceituosas. Aí o seu caminho se cruza com um garoto, que grafitava no chão durante o ano novo e usava um cachecol vermelho. Quando ela chega na faculdade, é surpreendida pelo mesmo garoto que guiava calouros pelos campings, usando a sua influência para ajudar pessoas. E, mesmo achando que o garoto era um vândalo, a curiosidade dela a aproxima dele. E é por conta desta aproximação que ela faz uma aposta com ele. Ele enxergava algo de bom nela, e se ela se tornasse uma pessoa melhor, ele não teria mais contato com ela.
Honestamente, eu não consegui entender em que profundezas ele viu algo de bom ali. A Melissa por diversas vezes me irritou ao extremo, e me dava vontade de dar uns tapas, para ajudá-la a enxergar a realidade da vida. Em contrapartida, ela era uma garota extremamente dedicada ao balé. O balé era sua vida, e para realizar seu sonho de estudar em uma das escolas mais renomadas do mundo, ela treinava exaustivamente e se alimentava muito mal. Sua empregada era a única pessoa que realmente enxergava isso, sua mãe, médica, cuidava dos outros na rua, mas não enxergava isso na filha.
Com os dias que ela passa ao lado do Daniel, ela começa a enxergar outros lados da vida, mesmo que não admita e continue distribuindo patadas para todos. As vezes as coisas que ela falava era tão exagerada, que não parecia real. Mas infelizmente existem pessoas como ela no mundo, e sempre vemos relatos de pessoas extremamente preconceituosas, que destilam seu ódio na internet. É importante ressaltar que o preconceito dela não era racial, pois ela era negra. Era um preconceito de classes e inclusive de pessoas doentes.
Entretanto, eu ressalto que o protagonista, Daniel ganhou o meu coração. Ele é um garoto muito positivo, que gosta de ajudar as pessoas e que atrai pessoas boas. Filho da reitora, a ajuda em muitos eventos da faculdade, sempre trazendo a tona assuntos importantes. Confesso que ele foi o motivo de continuar a leitura do livro. Enquanto a Mel me repelia, o Dani-Dani me atraiu para a leitura e para a sua positividade. Mesmo recebendo inúmeras patadas e ouvir cada coisa absurda, ele continuou tentando mostrar a ela que o mundo não era aquela bolha que ela vivia.
Mas mesmo com as chateações da Mel, o livro foi muito bem escrito. Foram abordados muitos temas interessantes e que são extremamente importantes começar pelo público-alvo deste livro. Assuntos como a bulimia, o machismo, e a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), abuso, enfim, vários temas fundamentais. E o final, QUE FINAL! É importante ressaltar que as mudanças da Mel não foram instantâneas como acontecem em outros livros, muito pelo contrário, elas foram bem gradativas, até porque ficaria muito artificial. Ninguém muda de um dia para o outro, e foi legal ver a maturidade na escrita da Ana Beatriz neste ponto. Foi um livro maravilhoso, que me destruiu, mesmo com toda a chatice crônica da protagonista.
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