Resenha: O Cabelo de Lelê - Valéria Belém - #Pequeno Leitor 15



"Lelê não gosta do que vê:
-De onde vêm tantos cachinhos?, 
ela vive a se perguntar.
E essa resposta ela encontra num livro, 
em que descobre sua história
e a beleza da herança africana." Autora: Valéria Belém | ISBN: 978850401095 | Ano: 2007 / Páginas: 32 | Idioma: português | Editora: Companhia Editora Nacional | Encontre AQUI

  A Lelê é uma criança da década passada, onde ainda o bom era ser alisada. E ela se sente incomodada com o que vê no espelho. Sem saber o que fazer, ela puxa e estica os cabelos tentando entender de onde veio tantos cachinhos. O livro tem muitas perguntinhas para as crianças que estão lendo, participem, e entendam o que estão lendo. Curti muito isso. 

Depois de muito procurar, ela finalmente encontra um livro que responde a todas as suas perguntas. Um livro que mostra os diversos tipos de cabelos no continente africano. Cabelos de todos os tipos, penteados diversos, e enfeites lindos, cada um mais belo que o outro. Ela ama ver aquilo, e sai por aí, com os cabelos ao vento, brincando e exalando a sua felicidade. Ela percebe que seu cabelo é a sua marca, seu cabelo conta histórias, e além de tudo, vê a beleza que existe nele.

O livro ainda termina com mais uma perguntinha muito interessante, ela diz assim: "Lelê ama o que vê! E você? Não só hoje, quando este assunto é muito falado, mas no passado também é uma pergunta que merece ser dita. 


Estamos vivendo em uma época de descoberta, as garotas que antes cresciam com vergonha dos cabelos cacheados ou crespos, atualmente não dão a mínima para a opinião dos outros. Sempre tive o cabelo cacheado, e a coisa que mais ouvi durante toda minha adolescência, era porque eu não alisava. Ora bolas, não alisava porque gostava do meu cabelo. E os produtos para cabelo que estão surgindo com tanta frequência, e que auxilia muito as cacheadas e crespas, não existiam há dez anos. Mas sempre usei o meu cabelo cacheado. Nunca tive paciência para ficar queimando cabelo, e graças a Deus por isso.

E a Lelê é uma dessas crianças, o livro que fora escrito há quase dez anos, nos dá uma bela lição de aceitação, e sinto tanto por nunca ter lido este livro antes. Tenho uma irmã mais nova que foi a maior vítima dessa ditadura dos lisos, e via como ela sofria por ter os cachos de molas. Ela dava escova, prancha e ferro, tudo para se adequar ao padrão da sociedade. O ponto positivo é que ela assim como eu, nunca deu química. Mas hoje ela tem um dos cachos mais lindos que já vi. 

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