Resenha: A Lente de Marbury - Andrew Smith



"O LUGAR ERRADO NA HORA ERRADA! Um sequestro, um assassinato, um par de óculos… Aos 16 anos, tudo o que Jack mais quer é curtir as férias de verão com seu melhor amigo, Conner, e eles vão dar uma grande festa para celebrar o fim das aulas. Mas algo dá muito errado! Jack perde a linha, fica bêbado e acaba caindo nas mãos de um maníaco que o droga e o sequestra. Ele escapa por um triz, e só conta o que sofreu para Conner. O amigo tenta tranquilizá-lo, dizendo que tudo vai acabar bem. Mas será que vai? A viagem de férias para a Inglaterra parece ser a oportunidade perfeita para se livrar de seus fantasmas, mas Jack sabe que sua vida nunca mais será a mesma. Em Londres, um estranho lhe entrega um par de óculos cujas lentes lhe mostram um outro mundo. Um local chamado Marbury. Marbury está em guerra. É um lugar desolador que cheira à morte e destruição, onde os poucos sobreviventes precisam fugir se quiserem continuar vivos. Nesse mundo apocalíptico, Jack é responsável por dois garotos mais jovens, que são seus únicos companheiros, e também precisa enfrentar Conner, que o persegue e quer matá-lo. Será que Jack conseguirá escapar e lutar com seu melhor amigo? Será que tudo o que ele viu nesse unverso paralelo é real, ou seriam apenas alucinações provocadas pelas drogas que o sequestrador lhe injetou? Como agir quando loucura e realidade se confundem? Jack está perdendo o controle e sua única certeza é que sua vida está em jogo." Autor: Andrew Smith | A Lente de Marbury # 1 | ISBN-13: 9788582351505 | Ano: 2016 / Páginas: 288 | Idioma: português | Editora: Gutenberg | Encontre AQUI
  É muito complicado para mim, falar sobre um livro que não curti muito. As vezes, tenho medo de desmerecer o autor, ou sua obra, e não é nada disso. É mais um gosto pessoal meu, e identificação com o gênero, que realmente não faz a minha linha. Foi meio complicado no começo do livro, tentei duas vezes, até finalmente conseguir dar andamento a leitura. Confesso que nunca leria este livro se não fosse o Clube do Livro Autêntica, onde todo mês falamos sobre um livro específico, e de todos os clubes que já ocorreram, este foi o único livro que eu realmente não gostei. O que valeu a pena, foi conhecer um mundo que nunca tive contato anteriormente. (Para conhecerem um pouco mais sobre o Clube, existe um grupo no Facebook, e uma página no Instagram).

Jack tem 16 anos, e assim como todos os jovens em sua idade, quer curtir as suas férias com seu melhor amigo. Seu amigo Conner, acha que ele é gay, por nunca tê-lo visto namorando. E muito dessa relação entre eles no começo, foi meio engraçado. Ele mora com os avós, que o criaram desde criança e com quem ele não tem tanta proximidade. Chama-os pelo nome, creio que pelo medo de que eles o abandonassem também. Diversas vezes durante o enredo ele cita o seu nascimento, no chão da cozinha, e sobre o fato da sua mãe ter ido embora pra longe, e ter deixado ele.

Mas os fatos começam a acontecer depois que ele vai em uma festa com Conner, e é sequestrado em seguida por um louco, o Freddie, que aparentemente o violentou (eu achei que sim). Além disso, ele droga o Jack, e o mantém preso pelo pé. Depois de fugir, quando finalmente ele consegue contar tudo para alguém - o Conner na verdade - os dois acabam matando o louco médico. Quando o Jack vai embora para a faculdade, em Londres. Antes do Connor chegar, ele conhece um homem que lhe entrega um óculos estranho. Este óculos permite que ele viva em duas realidades simultaneamente, e em uma delas seu melhor amigo quer lhe matar.

Bom, eu teci muitas hipóteses acerca desta viagem ao outro mundo, Marbury no caso. Mesmo ele percebendo que estas viagens estavam o viciando, ainda assim ele continuava indo, vez após vez. Mesmo não curtindo muito o tipo do livro, percebi que o autor construiu muito bem os personagens, e as realidades. E por conta de alguns destes personagens, tenho muita curiosidade em saber o que realmente acontecia para o Jack viver entre os dois mundos. Lá em Marbury ele era um herói, que precisava proteger os amigos que ainda restavam por lá, eram apenas dois, mas dependiam dele para continuarem vivos. No mundo real, ele se sentia deslocado, só tinha o Conner como amigo, e fora abandonado pelos pais. Ou seja, ele não tinha nada que o prendesse na vida "real".

É importante ressaltar que, quando ele estava em Marbury, ele também estava no mundo real, continuava realizando ações, e quando retornava de lá, não se lembrava do que fez por aqui. E outra coisa que percebi é que a cada ida, o tempo que ele passava por lá era mais longo. Uma vez minutos, outras horas, até chegar a dias. Há ainda uma cena no trem que me assusta pra caramba, e imagino que tenha ocorrido a mesma coisa na cabeça do Jack.

Rolando Tac Tac Tac...

Esta bendita frase aparece durante todo o livro, e é mais ou menos um sinal para um fantasminha aparecer, e levá-lo à Marbury. Confesso que curti muito a história deste fantasma, talvez tenha sido um dos pontos positivos do livro. Sou um tipo de pessoa que gosta muito de livros que envolvem saúde mental. Acho que o motivo para não me identificar com o livro, foi a falta de explicação das viagens. Como foi um livro bem extenso, e que é notório o sofrimento do personagem, ele viajou demais, pensou demais, e ficou viciado no outro mundo, mas os motivos disso, só na continuação. Penso que foi uma manobra do autor para explanar um pouco mais estas perturbações, mas eu, senti que isso poderia ser exposto aqui.

Mais por isso, eu dei esta avaliação ao livro, mesmo ficando curiosa para saber o que realmente aconteceu com ele. Quando alguém ler, vou correndo pedir um spoiler, para entender um pouco mais a mente do Jack. Este foi o livro que mais teve debate no clube, e a maioria dos que leram, não curtiram. Acho que só leria a continuação, caso fosse tema de um próximo clube. Mas assim como eu não curti, muitas pessoas gostaram, principalmente por toda esta construção do autor, que foi com certeza muito inteligente. Ou seja, eu poderia gritar aos quatro cantos, o quanto um livro é bom, e muitas pessoas não gostarem. Livro é algo muito pessoal, e a interpretação daquilo que se lê, só cabe ao leitor. Caso seja uma temática que você sente curiosidade em ler, leia. E caso seja o seu gênero preferido, você irá amar, pois é tudo muito bem construído.

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