"Este livro nos mostra a esperteza e vivacidade com que seus personagens resolvem seus impasses: Marcelo cria palavras novas, Terezinha e Gabriela descobrem a identidade na diferença e Carlos Alberto entende que não temos nada sem amigos." Autora: Ruth Rocha | ISBN-13: 9788528103311 | Ano: 1999 / Páginas: 64 | Idioma: português | Editora: Salamandra | Encontre AQUI
Além da história de Marcelo, que dá o nome a este livro, ainda há mais duas histórias a de Teresinha e Gabriela e O Dono da Bola, que fala do Carlos Alberto. Vou falar de cada história separadamente, e depois, falar sobre as lições que elas nos ensinam.
Em Marcelo, Marmelo, Martelo, conhecemos o Marcelo, que acorda em um dia aleatório, indagando todos os nomes dados as coisas, e expressões. Ele as achavam sem sentido, como por exemplo a cadeira, que na concepção dele deveria se chamar sentador. Para todas as palavras que ele não concordava, perguntava o sentido delas aos seus pais. Até o seu nome ele coloca em questão, por que não foi marmelo ou martelo? Por que o martelo não se chamava Marcelo? E é então que ele decide inventar a sua própria língua. Os seus pais não gostam muito da ideia, pois não só eles, como as visitas não entendiam as palavras inventadas. Porém, um pequeno acontecimento faz com que seus pais percebam que precisariam se adptar a mudança do filho, e mesmo que não falasse como ele, pelo menos conseguisse entender o que ele dizia.
Já em Terezinha e Gabriela, a Gabriela era uma garota muito esperta, que brincava bastante na rua, e era bastante popular. Ela tinha os cabelos lisos e o usava com rabo de cavalo, e andava de calças, se sujando na lama. Além de perguntar e responder perguntas de maneiras bem irônicas, coisas que com certeza já vimos por aí. Mas de repente uma nova garota aparece na vizinhança, e todos começam a falar dela. Sobre seu cabelo, seus vestidos, por ela ser estudiosa, e a Gabriela já começa a sentir um pouco de ciúmes da Terezinha. Ela passa a ter vontade de ter as características da Terezinha. Começa a tentar cachear o cabelo, e a usar vestidos. Em contrapartida, a Terezinha é que começava a querer agir como a Gabriela, mesmo inicialmente a julgando mal. E no final, elas acabam percebendo que tem mais em comum do que achavam.
E por último, conhecemos o Caloca. Caloca pois ele era legal. Quando era um garoto enjoado, se chamava Carlos Alberto. Ele morava na melhor casa da rua, e tinha os melhores brinquedos, inclusive uma bola de couro. Mas não tinha amigos para brincar, pois era um garoto muito implicante. Para jogar bola, ele precisaria de companhia, até porque não dá pra jogar futebol sozinho. Os garotos da rua eram amigos, e tinham um time, mas a bola era de meia. Quando o Carlos Alberto se unia a eles para jogar bola, a cada falta marcada que ele não gostava, interrompia o futebol e levava a bola embora. Mas chegou uma hora que os garotos cansaram desta atitude, eles jogariam um campeonato, e o Carlos Alberto sempre interrompia o treino. E foi quando eles decidiram que treinariam com a bola de meia mesmo. Caloca começou a se sentir sozinho, e jogava bola com a parede. E as mudanças começaram a partir daí. Ele começou a chamar os garotos para brincar em sua casa, com os seus brinquedos, e depois finalmente decidiu treinar sem levar a bola. Mudou, e ganhou muitos amigos.
Enfim, este livro me dá uma enorme nostalgia! Perdi as contas de quantas vezes li este livro, e de quantas vezes chamava o meu amigo Marcelo, de martelo e marmelo. São grandes lições que tanto as crianças, como os adultos podem tirar daqui. Como no caso da primeira história, onde aprendemos que para uma boa comunicação, é necessário uma adaptação. Existem pessoas que não conhecem muito bem o uso do nosso português super complicado. E se quisermos deixar uma mensagem, que seja de uma forma que todos entendam. Na segunda, vemos que conseguimos conviver com as diferenças, sem precisar mudar nada na nossa personalidade. Quem gosta da gente, gosta da forma como a gente é. E a terceira é aquela coisa de criança que faz questão das coisas. Quem nunca? Todos temos, ou já tivemos um pouco de Caloca, o problema é quando isto passa dos limites.
É definitivamente um livro atemporal, quando eu reler daqui a uns 10 anos, as mesmas mensagens continuarão a fazer sentido! E acabei de perceber que preciso comprar um exemplar para ler muito pro meu filho!
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