Resenha: Como se Fosse Magia - Bianca Briones

"Eva nasceu com o dom de passar todos os seus sentimentos para o papel, e com isso conquistou milhares de leitores pelo mundo. Agora, ela precisa escrever o último livro da sua série de fantasia, mas está com bloqueio criativo há um ano e não sabe o que fazer. Enquanto tenta se reconectar a seus personagens, a vida coloca em seu caminho um homem idêntico a um dos seus protagonistas. O problema é que o desconhecido surge sem nenhuma lembrança de quem ele é.
Enzo está muito confuso. A princípio, ele duvida da conversa maluca de Eva. Mas mesmo com dificuldade em acreditar, ele não pode negar que se sente extremamente ligado a ela.
Envolvidos por esse curioso e estranho mistério, Eva e Enzo estão prestes a descobrir que, às vezes, para que duas pessoas se encontrem, mundos inteiros são capazes de colidir." Autora: Bianca Briones | ISBN-13: 9788582353967 | Ano: 2016 / Páginas: 208 | Idioma: português | Editora: Gutemberg | Encontre AQUI

Sempre ouvi falar muito bem da Briones e sobre a sua série Batidas Perdidas, mas até então, mesmo curiosa, nunca tinha lido um dos seus livros. Até o dia que ele foi escolhido como o livro do mês no Clube do Livro do Grupo Autêntica. Como é de costume, debatemos o livro escolhido como tema e para isso, é preciso fazer a leitura. Como se Fosse Magia é o primeiro chick-lit da autora e que estreia majestosa. 

No livro conhecemos a Eva, uma autora super conhecida e bastante famosa no meio dos leitores. Apesar do seu maravilhoso dom de trazer à vida aos seus personagens, algo acabou mandando para longe a sua inspiração. Às vésperas da entrega do seu novo livro, ela simplesmente não consegue escrever. Na sua vida estão presentes 3 seres, um é humano, os outros dois são gatos de estimação e seu melhor amigo da vida, Thiago. Ele inclusive é o seu agente e também está a pressionando para entregar logo este livro. Logo ela que apenas em 5 anos de carreira já teve 10 livros publicados, agora estava em um gigantesco bloqueio criativo, que parecia não ter fim.

Até o dia em que ela testemunha um assalto e percebe que o rapaz agredido é idêntico a um dos seus personagens, o Enzo. Como o Enzo postiço perde a memória, este acaba sendo seu nome provisório. A partir do momento em que ela o leva para a casa, além de sentir algo diferente em seu coração, chama para si a responsabilidade de cura do rapaz, levando-o ao médico e custeando as suas despesas e acaba se ligando muito a ele. Como ela tinha o dom de ver seus personagens, se pegava pensando se aquilo era mesmo real. O Enzo, por sua vez, quando descobre o dom da Eva, acaba se distanciando um pouco, por causa da estranheza que a situação causava.

Mesmo tentando se distanciar e achando que o Thiago fosse namorado da Eva, o Enzo tenta manter uma certa distância até quando precisa voltar para casa dela ao receber alta. A forma como os gatos da Eva parecem o conhecer e como a Eva voltou a ficar inspirada e ver novamente seus personagens, só faz aumentar o apego que há entre os dois, e enquanto ele não descobrir quem ele é de verdade, a história deles poderia realmente ter um final feliz. Mas, e quando a memória retornasse, o que poderia acontecer a eles? Seria realmente válido viver um romance que poderia ter data de validade?

A Briones arrasou em seu primeiro chick-lit, ela conseguiu transmitir bastantes sentimentos da sua própria vida para o livro. Sou apaixonada por livros em que dá para sentir a verdade, a emoção do autor e eu vi muito disto aqui. Cada um dos personagens principais me cativaram de uma forma diferente, o Thiago pela sua proteção e parceria com a Eva, sendo os dois praticamente a família um do outro, por diversas vezes ele provou que ela era a pessoa mais importante da sua vida. O Enzo, mesmo sem saber quem era, não perdeu a sua essência cavalheiresca e a sua forma de tratar as mulheres. E a Eva, em toda a sua criatividade, tato, a mesma proteção ao seu amigo-irmão, sem contar o seu relacionamento com os gatos, cada um destes pontos me fez ficar apaixonada por eles. Os secundários não ficam atrás, e percebi nas entrelinhas, que cada um deles faz parte da vida da Briones. 

Durante a leitura as referências aos seus livros anteriores, seus personagens, e sua vida pessoal, mostram o quanto a mente da autora é boa, o quão boa autora ela precisa ser para unir tudo isso e não se perder no meio do caminho. A capa do livro não conta muito sobre o que o livro quer dizer, mas isso é bastante comum em chick-lits, a arte que representa parte da história e dá um ar fofo para quem vê. Depois deste livro, fiquei ainda mais interessada pelas histórias dela, e com certeza lerei os outros livros da Briones.