Resenha: Pó de Lua - Nas Noites em Claro: Clarice Freire

"Quando a noite fica mais escura e as ruas se calam, a maior parte das pessoas dorme e sonha. Algumas, porém, preferem o silêncio para sonhar acordadas. Clarice Freire, autora do best-seller Pó de lua, faz parte desse grupo. É nessa hora que costuma criar suas poesias e seus desenhos. Em seu segundo livro, Pó de lua nas noites em claro, ela vira a madrugada ao avesso em palavras e imagens, dedicando uma hora a cada capítulo, da meia-noite ao amanhecer. Além dos versos que conquistam o público desde 2013, quando foi criada a página Pó de lua no Facebook, Clarice alterna passagens em prosa e poesia, acompanhando sua personagem durante um longo e mágico passeio pela cidade quase deserta. Com um humor delicado e muita sensibilidade, a autora desvenda a angústia e a alegria daqueles que preferem a noite ao dia. Sua personagem insone se rende ao desejo de sair da cama e andar pelas ruas em busca de si mesma. Descobre que não está sozinha. Os sentimentos e as lembranças ganham vida, e ela esbarra em personagens como um homem que vaga por viadutos, um vigia noturno e até um misterioso carteiro que lhe entrega correspondências às três da manhã. Com lápis de cor e tinta nanquim, Clarice ilumina a escuridão e continua fiel à missão de Pó de lua: diminuir a gravidade das coisas." Autora: Clarice Freire | Pó de Lua # 2 | ISBN-13: 9788551000267 | Ano: 2016 / Páginas: 208 | Idioma: português | Editora: Intrínseca | Encontre AQUI

  Quando conheci a obra da Clarice Freire, fiquei encantada pelos seus traços e por como eles construíam a poesia. Ela consegue brincar com as letras, com figuras, utiliza começo, meio e fim de palavras, formando outras. É uma brincadeira muito legal e que dá vida à suas poesias. 

Em 2013 foi lançado o seu primeiro livro, Pó de Lua, e fiquei apaixonada pelo livro, pelo seu formato de Moleskine, as bordas azuis, uma obra que chamava a atenção como todo. E no ano passado, a continuação chegou e assim que tive a oportunidade, fui correndo e garanti o meu. O formato em Moleskine continua e desta vez a lateral é amarela. 

No caso de Noites em Claro, há novamente a utilização da prosa poética, com um fundo humorístico. A autora descreve a personagem durante um passeio pela cidade deserta, durante a madrugada silenciosa. Clarice conseguiu descrever muitos de nós, com uma personagem insone, que acaba trocando a noite pelo dia, contando as horas passar. Durante as horas da madrugada, ela sai da cama em busca do desejo de se descobrir. E ela além de perceber que não era a única, nos deixa a sensação que também não estamos sós. As sensações e sentimentos saem do papel e ganham vida, nos dando a sensação mágica que somos um grupo de insones vagando pela noite que não acaba. 

Como falei anteriormente, as ilustrações dançam na nossa frente e realmente ganham vida. A leveza que ela utilizou nos dois livros, realmente diminui a gravidade e me fez flutuar.